domingo, 10 de outubro de 2010

O Pardal e a águia

O Pardal e a águia


O sol anunciava o final de mais um dia e lá, entre as árvores, estava Andala, um pardal que não se cansava de observar Yan, a grande águia.
Seu vôo preciso, perfeito, enchia seus olhos de admiração.
Sentia vontade em voar como a águia, mas não sabia como o fazer.
Sentia vontade em ser forte como a águia, mas não conseguia assim ser.
Todavia, não cansava de segui-la por entre as árvores só para vislumbrar tamanha beleza...
Um dia estava a voar por entre a mata a observar o vôo de Yan, e de repente a águia sumiu da sua visão.
Voou mais rápido para reencontrá-la, mas a águia havia desaparecido.
Foi quando levou um enorme susto: deparou de uma forma muito repentina com a grande águia a sua frente.
Tentou conter o seu vôo, mas foi impossível, acabou batendo de frente com o belo pássaro.
Caiu desnorteado no chão e quando voltou a si, pode ver aquele pássaro imenso bem ao seu lado observando-o.
Sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram arrepiadas e pôs-se em posição de luta.
A águia em sua quietude apenas o olhava calma e mansamente, e com uma expressão séria, perguntou-lhe:
Por que estás a me vigiar, Andala?
Quero ser uma águia como tu, Yan.
Mas, meu vôo é baixo, pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco por não conseguir ultrapassar meus limites.
E como te sentes amigo sem poder desfrutar, usufruir de tudo aquilo que está além do que podes alcançar com tuas pequenas asas?
Sinto tristeza. Uma profunda tristeza. A vontade é muito grande de realizar este sonho... - O pardal suspirou olhando para o chão... E disse:
Todos os dias acordo muito cedo para vê-la voar e caçar.
És tão única, tão bela.
Passo o dia a observar-te. E não voas? Ficas o tempo inteiro a me observar? Indagou Yan.
Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como tu voas... Mas as tuas alturas são demasiadas para mim e creio não ter forças para suportar os mesmos ventos que, com graça e experiência, tu cortas harmoniosamente...
Andala, bem sabes que a natureza de cada um de nós é diferente, e isto não quer dizer que nunca poderás voar como uma águia.
Sê firme em teu propósito e deixa que a águia que vive em ti possa dar rumos diferentes aos teus instintos.
Se abrires apenas uma fresta para que esta águia que está em ti possa te guiar, esta dar-te-á a possibilidade de vires a voar tão alto como eu.
Acredita! - E assim, a águia preparou-se para levantar vôo, mas voltou-se novamente ao pequeno pássaro que a ouvia atentamente:
Andala, apenas mais uma coisa: Não poderás voar como uma águia, se não treinares incansavelmente por todos os dias.
O treino é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão para que possas dar realidade aos teus sonhos.
Se não pões em prática a tua vontade, teu sonho sempre será apenas um sonho.
Esta realidade é apenas para aqueles que não temem quebrar limites, crenças, conhecendo o que deve ser realmente conhecido.
É para aqueles que acreditam serem livres, e quando trazes a liberdade em teu coração poderás adquirir as formas que desejares, pois já não estarás apegado a nenhuma delas, serás livre!

Um pardal poderá, sempre, transformar-se numa águia, se esta for sua vontade.

Confia em ti e voa, entrega tuas asas aos ventos e aprende o equilíbrio com eles.

Tudo é possível para aqueles que compreenderam que são seres livres, basta apenas acreditar, basta apenas confiar na tua capacidade em aprender e ser feliz com tua escolha!

Nobre professor tenha sempre determinação e não desista nunca!

 







Professor do século 21

Seis características do professor do século 21


Ter boa formação
Mariléa Giacomini Arruda

"Eu me formei em Letras há 20 anos e, assim que fiquei frente a frente com os alunos, percebi que não estava preparada para tantos desafios didáticos. Logo me dei conta de que os bons educadores, aqueles que realmente fazem a turma aprender, são os que não param de estudar. Comecei procurando textos para ler por conta própria. Levava esse material para a escola e discutia sobre ele com a equipe. Isso não só me ajudou a dominar cada vez mais o conteúdo curricular como também me deu ferramentas para pensar em novas formas de abordá-lo durante as aulas. Para me aperfeiçoar ainda mais, senti que precisava voltar à universidade. Optei por cursar um mestrado em Língua Portuguesa na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Estudei a questão gramatical, o que me deu embasamento para trabalhar o tema com meus alunos de 5ª a 7ª séries. No início da carreira, eu tinha uma visão mais tradicionalista. Valorizava apenas a parte formal da gramática, acreditando que os estudantes deveriam saber de cor o que é um advérbio e um adjetivo. Quando passei a ter acesso à bibliografia sobre o tema, percebi que mais importante é eles compreenderem a função desses elementos na construção do sentido do texto. Eu também tinha uma noção simplista de certo e errado até entender a lógica dos ditos erros gramaticais dos alunos. A integração entre o mestrado e a experiência em sala de aula leva a reflexões sistemáticas que eliminam barreiras entre a teoria e a prática. Acredito que a boa formação é o caminho para a Educação pública dar um salto de qualidade. Só assim os educadores vão dominar os conteúdos, fazer um planejamento de acordo com as diretrizes da rede e a realidade dos alunos e avaliar a própria prática. Sinto cada vez mais confiança em relação a meus conhecimentos e, quanto mais estudo, mais percebo como isso é imprescindível para ensinar bem."

Mariléa Giacomini Arruda , 57 anos, professora de Língua Portuguesa na EMEF Antonio Sampaio Dória, em São Paulo, SP

Matéria retirada da Revista Nova Escola de outubro/2010.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

SERÁ QUE EXISTE PROFESSOR(A) IDEAL?

Texto de Luis Carlos de Menezes 

 Pouco serve idealizar educadores. Porém é possível apontar qualidades de gente de verdade, que faz um bom trabalho em condições reais.

"É preferível valorizar o trabalho de

profissionais que fazem o possível

nas circunstâncias que enfrentam,

com os recursos de que dispõem."

Luis Carlos de Menezes




Visitando escolas, encontro casos de excelência no trabalho coletivo de professores, assim como de atuações individuais excepcionais. No entanto, ao dar destaque a eles, tenho sido questionado por alguns leitores sobre eventuais idealizações de minha parte. Segundo eles, os personagens de meus exemplos provavelmente não teriam o mesmo desempenho se encarassem condições adversas, como violência, indisciplina e problemas de infraestrutura ou de ordem material.
Em respeito a essa preocupação, reitero que não falo de professores notáveis, com superpoderes e capazes de qualquer proeza, em qualquer situação. É preferível valorizar o trabalho de profissionais que fazem o possível nas circunstâncias que enfrentam, com os recursos de que dispõem.
Idealizações são artificiais, como as imagens tão comuns em propagandas de carro de luxo, que mostram ao volante um jovem atlético, sorridente e ousado, mesmo quando se sabe que a maioria dos proprietários é mais velha, séria e cautelosa. A intenção é facilitar a venda, associando esse virtual comprador ao produto.
A Educação, porém, não deve estar a serviço dos valores do mercado, e sim da sociedade. Logo, as qualidades que destacam professores nada têm de publicitárias. Eu as encontro em educadores que gosto de ver no comando das salas de aula brasileiras. Vejamos quais são, em minha opinião, essas caracteristícas:

- Lucidez para não esperar alunos ideais, que já cheguem motivados, atentos e com os pré-requisitos desejados. Esses professores trabalham com os que de fato recebem e, na medida de suas possibilidades, enfrentam os desafios que se apresentam. Por isso, quase nunca se decepcionam ou se frustram.
- Respeito próprio para não aceitarem condições impróprias de trabalho, nem se limitarem a reclamar delas. Ao contrário, eles buscam transformá-las por saberem que um ambiente mais satisfatório para eles será também mais efetivo para o aprendizado de seus alunos.
- Comprometimento com a formação dos estudantes de forma que, além de ministrarem suas disciplinas, também se articulem com colegas e coordenadores em torno de ações educativas conjuntas. Sem isso, não se efetivaria o projeto pedagógico da escola.
- Consciência do próprio valor e da importância dos conhecimentos e das competências que promovem. Por isso, esses profissionais não se acomodam com o que já sabem, mas buscam aperfeiçoamento didático e cultural permanente. A partir dessa atitude, de recusa à passividade, esses docentes também rejeitam gestões pedagógicas burocráticas.
- Solidariedade para quem necessita de mais atenção, como alunos e colegas de trabalho em situação difícil.
- Coragem para intervir quando é preciso tomar decisões complicadas, como mediar conflitos, mostrando que a atitude justa não é de indiferença ou neutralidade.

Professores que mesclam, em parte ou integralmente, essas qualidades, realmente existem e constituem uma referência de conduta importante nas escolas em que trabalham. Por isso, as instituições que os recebem são privilegiadas. Esses profissionais não são geniais ou perfeitos, mas nunca paro de aprender com eles. Também não me canso de citá-los em conversas informais, palestras e nesta coluna.
Mas não é necessário, e nem sequer possível, reunir todos eles em um único tipo ideal. Além disso, minha seleção é muito variada e inclui gente expansiva e tímida, jovem e madura, comunicativa e reservada, simples ou descolada.
Você sabe que não se fazem estátuas de educadores assim, mas eles podem ser encontrados ensinando em qualquer escola, na sua, inclusive. E, quem sabe, usando seus sapatos.



Fonte: Revista Nova Escola
Edição 234  - Agosto 2010



sábado, 7 de agosto de 2010

Adversidades

Adversidades

Como seremos nós, frente às adversidades?

Uma filha se queixou o seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido outro surgia.

Seu pai, um “chefe”, levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Logo as panelas começaram a ferver. Em uma colocou cenouras, em outra colocou ovos e na outra colocou pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.

A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo. Cerca de vinte minutos depois ele apagou as bocas de gás. Pegou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em outra tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou em outra tigela. Virando-se para ela perguntou: _ Querida, o que você está vendo? _ Cenouras, ovos e café, ela respondeu. Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias. Ele obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole de café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso e perguntou humildemente: _ O que significa pai?

Ele explicou que cada um deles havia enfrentado as mesmas adversidades, água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.

A cenoura entrara firme, forte e inflexível. Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se torna frágil. Os ovos eram frágeis. Sua casca fina havia protegido o líquido interior. Mas depois de terem sido colocados na água fervendo, seu interior se tornou mais rígido. O pó de café, contudo, era incomparável. Depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água.

_ Qual deles é você? Ele perguntou à sua filha. Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é uma cenoura, um ovo ou um pó de café?

_ E você? Você é como a cenoura que parece forte, mas a dor adversidade você murcha e se torna frágil e perde a sua força?

- Será que você é como o ovo que começa com um coração maleável, mas depois de alguma morte, uma doença, uma falência, um divórcio ou uma demissão, você se tornou mais difícil e duro? Sua casca parece à mesma, mas você está mais amargo e obstinado, com o coração e o espírito inflexíveis?

Ou será que você é como o pó de café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor a 100º. centígrados. Quanto mais quente estiver a água, mais gostoso se torna o café.

Transforme as adversidades

domingo, 27 de junho de 2010

SAÍBA O QUE É A SÍNDROME DE ASPERGER

26/06/2010 08h41 - Atualizado em 26/06/2010 08h41 G-1 9 (GLOBO)



Aluno com síndrome de Asperger é desafio para educação inclusiva

Especialistas defendem opção por ensino regular.

Animação em cartaz nos cinemas traz personagem com Asperger.

Vanessa Fajardo

Do G1, em São Paulo



Com dificuldade de interagir, fazer amigos e tendência a se isolar, o aluno com síndrome de Asperger é um dos desafios para a educação inclusiva. A doença é considerada um tipo leve de autismo que não afeta o desenvolvimento intelectual. É comum que os “aspies” – como são chamados – tenham inteligência acima da considerada “normal.”

Estudo descarta relação entre autismo e mercúrio no organismo Pesquisas identificam possível alvo para tratamento do autismo Especialistas defendem que as crianças que apresentam este tipo de síndrome podem - e devem - frequentar escolas regulares. “As pessoas aprendem de jeitos diferentes e a pluralidade faz com que a escola fique cada vez mais interessante. Ambientes homogêneos são desinteressantes”, diz Liliane Garcez, coordenadora do curso de pós-graduação inclusiva do Instituto Vera Cruz.

Para Liliane, o papel da escola é aproveitar o potencial do aluno e canalizá-lo para os demais conteúdos da série que cursa. "É preciso aprofundar o conhecimento sobre estas síndromes para melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas. Não cabe mais a segregação."

Em cartaz nos cinemas, a animação “Mary e Max – Uma Amizade Diferente” mostra os problemas dos “aspies”. Na ficção, Mary, de 8 anos, uma menina gordinha e solitária, que mora na Austrália, torna-se amiga de Max, um homem de 44 anos, que tem síndrome de Asperger e vive em Nova York. Ambos têm dificuldade de fazer amigos e passam a trocar correspondências onde compartilham alegrias e decepções.

Na vida real, a professora e atual presidente da AMA (Associação de Amigos dos Autistas), em São Paulo, Sonia Maria Costa Alabarce Nardi, de 48 anos, conhece as dificuldades da síndrome. Seu filho, Guilherme Alabarce Nardi, de 15 anos, tem Asperger e passou por três escolas antes de completar 7 anos. “As escolas não estavam preparadas para recebê-lo porque ele chorava muito e não aceitava regras.”

Sonia buscou apoio na AMA, que fornecia suporte pedagógico a Guilherme e o matriculou em uma escola pequena, onde os funcionários podiam lhe dar mais atenção. “Ele não tinha facilidade de conviver com outras crianças e tivemos de nos adaptar.” Hoje, no segundo ano do ensino médio, Guilherme tem notas exemplares. “Ele é muito inteligente, tem uma memória excelente, mas a convivência ainda é um pouco difícil. São poucos os amigos.”

As escolas não estavam preparadas para recebê-lo porque ele chorava muito e não aceitava regras."Sonia Maria Costa Alabarce Nardi, mãe de um adolescente com AspergerA auxiliar financeira Maria Aparecida de Santana Oliveira, de 53 anos, também tem um filho com a síndrome. Jefferson Santana de Oliveira, hoje com 23 anos, sempre estudou em colégios comuns. “Ele conseguiu acompanhar, ficava um pouco isolado, mas, aos poucos, começou a interagir. Às vezes os colegas o excluíam, mas ele gostava de ir à escola. Tinha dificuldade em matemática, mas muita facilidade para línguas.”

Concluído o ensino médio, Jefferson tem uma nova batalha: encarar a frustração de não ter passado no vestibular da Universidade de São Paulo (USP) e retomar os estudos. A mãe diz que antes o jovem quer encontrar um emprego.



Diagnóstico

O primeiro obstáculo dessas famílias é acertar o diagnóstico. Muitas vezes percorrem verdadeiras maratonas em psicólogos, psiquiatras e neurologistas que chegam a confundir a síndrome com hiperatividade ou déficit de atenção. “São sintomas sutis e muitas vezes os pais não identificam porque acham que é o jeito da criança”, afirma Cinara Zanin Perillo, psiquiatra especialista em infância e adolescência.

Outra característica da síndrome é a fixação por interesses específicos, geralmente ligados ao campo das ciências, como biologia, corpo humano, astronomia ou dinossauros.

Os “aspies” têm dificuldade de centrar o olhar em um determinado ponto e entender metáforas. Todas as expressões, para eles, têm sentido literal.

A síndrome de Asperger é causada por alterações genéticas associadas a fatores hereditários. É mais comum em meninos e os indícios podem ser percebidos a partir dos 3 anos. Segundo Cinara, é comum que os portadores desenvolvam outros transtornos psiquiátricos. Não há cura.

Vamos ficar atentos!

sábado, 26 de junho de 2010

RESUMO DAS AULAS SOBRE TIPOLOGIA DE EVENTOS

TIPOLOGIA DE EVENTOS

Por: Danyelle Nilin



SIMPÓSIO

• Exposição de um tema da especialidade de uma ou mais pessoas sob direção de um coordenador, cada um apresentando parte do tema ou focalizando pontos de vistas diferentes com a participação da platéia no final.

• Apresentação formal e o que interessa são os esclarecimentos de uma temática, não o debate.

• O coordenador tem as funções de abrir e encerrar a sessão; apresentar os expositores e dar a palavra a cada um deles; sintetizar pontos de vista dos expositores, estabelecendo ligações entre eles; orientar a participação do auditório; evitar que se instale o debate.

• PAINEL

• Reunião de especialistas que vão expor suas idéias acerca de um tema, diante de um auditório, de maneira informal e dialogada, em tom de conversa, de troca de idéias.

• Do coordenador é exigido, além do domínio do assunto, habilidade para conduzir as discussões. de abrir e encerrar a sessão; apresentar os componentes e levá-los a apresentar os esclarecimentos; intervir na discussão quando ela estiver se dispersando; propor questões para a discussão; levar à platéia à participação e fazer uma síntese dos trabalhos.

COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS

• Individual:

• pesquisadores apresentam trabalhos de pesquisa, sob a direção de um coordenador.

• Coordenada:

• pesquisadores apresentam trabalhos relativos ao mesmo tema, sob a direção de um coordenador.

• Em ambos os casos, a exposição deve ser clara, objetiva, bem estruturada, enfatizando apenas os principais tópicos da pesquisa:

• anunciar o assunto;

• os objetivos;

• a metodologia empregada;

• expor e analisar o problema;

• apresentar os resultados obtidos.

• Comunicações de trabalhos/pesquisas em andamento:

• reúnem informações sobre projetos e pesquisas em andamento ou recém-concluídos, centrados na descrição do tema, na apresentação e discussão de experimentos, nas observações, e nos resultados, mesmo parciais;

• Relatos de experiência:

• repassam experiências profissionais ou descrevem atividades de interesse, quer tenham sido bem ou malsucedidas, evitando que outros pesquisadores repitam idêntica trajetória no caso de experiências sem êxito, o que contribui para o conhecimento do tema explorado.

• O apresentador:

• pode utilizar recursos audiovisuais para agilizar e tornar mais clara a exposição, cuidando em não ultrapassar ou subutilizar o tempo que lhe foi concedido (são destinados dez a quinze minutos para a apresentação).

• deve estar preparado para responder às perguntas que lhe forem dirigidas, demonstrando clareza, concisão, objetividade e domínio do assunto.

• CICLO

• É uma série de palestras. Tanto pode ser um assunto desdobrado em várias apresentações como vários assuntos que se complementam.

• Pode ser ministrado por um ou vários palestrantes, especialistas no assunto.

• Segue uma programação, geralmente cronológica.

• CONFERÊNCIA

• Discurso proferido perante uma assistência sobre temas científicos, literários, religiosos, etc;

• Reunião ou assembléia solene de pessoas especializadas para discutir algum tema.

• CONGRESSO

• Reunião de pessoas competentes para trocar ideias, comunicar estudos, deliberar sobre questões de natureza política, científica, religiosa.

• É uma reunião magna de uma organização ou grupo de pessoas, muitas vezes servindo de complemento para atividades setoriais mais frequentes.

• ENCONTRO

• Reunião de pessoas previamente marcada, em que se debatem assuntos do seu interesse.

• A definição do universo dos participantes parece ser mais importante do que o tema a debater (todos os anos ou em todos as vezes que houver, pode ter um tema diferente).

• É resultado dos interesses comuns do grupo reunido.

• JORNADA

• Reunião de estudos em que o tema é exposto e debatido por todos os participantes com apresentação de trabalhos. Tema determinado ou consagrado ao exercício de atividades específicas.

• A jornada tem duração curta, um ou dois dias, e caracteriza-se por alguma informalidade. Tem um significado equivalente a colóquio.

• No caso de se pretender dar ênfase à discussão, pode utilizar-se “Jornada-debate”.

• SEMANA

• Reunião de estudos em que o tema é exposto e debatido por todos os participantes com apresentação de trabalhos durante um período (não necessariamente ocorre durante uma semana).









MESA REDONDA

Reunião de especialistas que sustentam opiniões divergentes acerca de um tema. Propõem expor seus pontos de vistas, sem finalidades polêmicas, propondo-se a precisar posições e fornecer esclarecimentos



OBJETIVOS

 Dar a uma audiência a oportunidade de acompanhar uma troca de idéias entre especialistas em um determinado tema.

A QUEM SE DESTINA

 Técnica utilizada por pequenos grupos comprometidos com um mesmo ramo de conhecimento ou interesse, para esclarecimentos, troca de idéias, discussão de casos.

ESTRUTURA

 O número de participantes da mesa redonda deve ser estabelecido de acordo com o tempo disponível para a atividade.

 Nunca deve ultrapassar o tempo de 2 horas e 4 é o número ideal de participantes.

 O número de participantes varia e recomenda-se que cada participante não deve falar por mais de dez minutos seguidos. Os ouvintes limitam-se ao acompanhamento das exposições e às vezes é permitida pergunta por escrito.

FUNCIONAMENTO

 O coordenador/mediador tem as funções de abrir e encerrar a sessão; apresentar os expositores; dar (e cassar) a palavra a cada um deles; impedir excessos.

 O moderador anima a troca de opiniões entre os participantes da mesa, dividindo o tempo de forma igual. Formula perguntas para estimular o debate e, eventualmente, aceita algumas perguntas da audiência.

Entretanto, normalmente há poucas oportunidades para as perguntas da audiência

PASSO A PASSO

Antes do evento:

 Definir temática;

 Pesquisar sobre especialistas na temática;

 Convidar especialistas (enviar convite, email, telefonema, dependendo do caso). Informar-se sobre equipamentos a serem utilizados pelos participantes;

 Fazer cartazes para publicidade do evento.

 Preparar o espaço para o evento; testar equipamentos.

APÓS O EVENTO

 Após o evento:

 Enviar agradecimentos formais aos participantes;

 Entregar certificados para os participantes e, dependendo do caso, para os ouvintes.



PALESTRA

• Componentes: Palestrante, Apresentador, Público.

• O palestrante fala num período de tempo considerado ideal (entre 45 min e 1 hora), podendo ou não usar material multimídia ilustrativo.

• Apresentador: apresenta o palestrante, seleciona as perguntas finais da audiência e as entrega ao palestrante para responder.

• DICAS

• Conheça o assunto: estudar e conhecer mais a fundo o tema.

• Determine um objetivo: a sua apresentação, aula ou palestra precisam de um objetivo claro: o que a platéia precisa saber ao final da apresentação?

• Trace um caminho para chegar ao objetivo: escolha com cuidado os recursos e meios necessários para chegar aos seus objetivos (vídeos, infográficos ou animações).

• Divida o seu tempo: saiba como dosar o tempo em cada tópico da apresentação

• Faça um ensaio: praticar a apresentação é talvez o ponto mais importante, com um breve ensaio é possível identificar pontos que precisam de uma melhoria, assim como treinar a fluidez da oratória.

• Tenha um plano B: uma coisa que a prática ensina é que às vezes por mais planejada que seja a apresentação, um pequeno detalhe como a total falta de interesse da platéia, pode ocasionar uma total mudança de rumo. Por isso, tenha sempre um plano B, para quando isso acontecer. Se o assunto abordado não estiver agradando, saiba como mudar o foco da apresentação para tentar “resgatar” a apresentação.

• É preferível falar a ler a comunicação.

• Falar facilita a compreensão do assunto tratado e permite estabelecer algum contato com a assistência, além de um raciocínio mais claro ao palestrante.

Varie o tom da voz, quebrado a monotonia

Falar alto, claro e de frente para a assistência, estabelecendo contato visual e não ignorando nenhuma parte.

• Incidir sempre nas principais ideias.

• Comunique ideias curtas e concisas para estimular o interesse e relevância da apresentação.

• A utilização de meios audiovisuais é essencial. A utilização do “PowerPoint” é sugerida, mas os diapositivos deverão ser simples e concisos e a utilização de efeitos especiais deve ser limitada. São preferíveis fundos de diapositivos de cores e tonalidades claras. Na utilização de texto tenha em atenção a quantidade razoável de linhas de texto.

• Termine a apresentação no tempo limite.

Faça o sumário da apresentação no princípio e no fim.

Tenha em atenção as necessidades da assistência (sala quente, fria, escura ou clara demais podem desmotivar a platéia).



Como organizar a palestra- passo a passo

• Defina o tema e datas e locais prováveis

• Elabora uma lista com possíveis palestrantes.

• Estabeleça contatos, defina o palestrante.

• Elabore material de divulgação (de acordo com o porte do evento).

• Passe para o palestrante as informações sobre o evento (tipo, público, local, tempo de fala etc.)

• Busque informações sobre quais equipamentos o palestrante vai precisar: projetor, som, etc.

• Teste os equipamentos antes do evento.

• Tenha um pessoal devidamente identificado (crachá, camiseta) para receber o palestrante.

• Mantenha uma pessoa para ser acompanhante do palestrante (apresentar a instituição, os professores).

• Antes da palestra iniciar, apresente o palestrante (nome, titulação, instituição, com o que trabalha, nome da palestra).

• Seja pontual.

• Se são os alunos que vão organizar um evento, o professor deve apoiá-los.

• Ao final da palestra, quando começarem as perguntas, saiba interromper a platéia se necessário.

• Ao final, agradeça ao palestrante e à platéia.

• Motive os alunos para participarem do evento, mas dê o exemplo. É comum ver eventos no qual quase nenhum professor está presente. Como os professores esperam participação dos alunos se eles mesmos não participam?

• Emita um certificado de participação .



SEMINÁRIO

SEMINÁRIO:(L. seminarium = local de sementeira, alfobre) – Lugar de criação ou começo de

desenvolvimento de alguma coisa.



• É uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate.

• Desenvolve a capacidade de pesquisa, de análise sistemática dos fatos e o raciocínio.

• Pode ser individual ou coletivo.

 COMPONENTES

• Coordenador- geralmente o professor, que propõe os temas, indica bibliografia inicial, estabelece agenda de trabalho e fixa a duração.

• Organizador- quando o seminário é grupal, marca as reuniões, coordena pesquisas e o material, designa os trabalhos de cada integrante.

• Relator- aquele que expõe os resultados dos estudos (geralmente são todos os integrantes do grupo);

• Secretário- estudante designado pelo professor para anotar as conclusões parciais e finais. Pode ser substituído pelo professor;

• Comentador- pode ser todo o grupo ou só um estudante. Surge quando se deseja um aprofundamento crítico. Deve estudar com antecedência o tema para fazer críticas adequadas à exposição;

• Debatedores- todos os alunos que devem participar fazendo perguntas, esclarecimentos, reforçando argumentos , dando alguma contribuição, fazendo críticas.

 ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR

• Antes do seminário:

• Elaborar um cronograma de apresentações,

• Definir os temas,

• Indicar bibliografia básica e

• Orientar os alunos na seleção das fontes.

• Durante a preparação:

• Orientar os alunos na seleção do material coletado, na organização do assunto e no planejamento da apresentação.

• Ao final da exposição:

• Orientar ou intermediar o debate;

• Fazer uma apreciação orientadora sobre o trabalho apresentado.

 ATRIBUIÇÕES DOS ALUNOS

• Estudar em profundidade seu tema;

• Pesquisar todas as fontes disponíveis;

• Buscar obter domínio sobre o assunto;

• Organizar as etapas de apresentação;

• Apresentar o seminário.

• ATRIBUIÇÕES DA TURMA

• Assistir à apresentação com atenção e, se possível, tendo se informado anteriormente sobre a temática;

• Participar do debate ao final da apresentação.



FONTES

• Temas constantes de um programa disciplinar;

• Temas complementares;

• Temas atuais ;

• Temas novos;

• Temas específicos.



ETAPAS DA PREPARAÇÃO

Pesquisando...

• Escolha do tema proposto pelo professor, indicação bibliográfica, formação dos grupos;

• Delimitação do assunto;

• Pesquisa ampla (principalmente bibliográfica);

• Anotações, em fichas, do material coletado;

• Análise e seleção do material;

• Escolha do grupo, escolha do organizador, divisão de tarefas, início dos trabalhos de pesquisa, procura de informações (bibliografia, documentos, entrevistas, observações, internet);

• Discussão do material coletado;

• Conclusão dos estudos.


ESTRUTURAÇÃO

• Elaboração do plano geral do trabalho;

• Síntese das idéias para apresentação, que deve constar de uma introdução, desenvolvimento, conclusão e bibliografia;

• Organização do assunto em tópicos;

• Elaboração de um roteiro para ser distribuído em sala;

• Redação em fichas para orientar a exposição;

• Preparação do material de ilustração: cartazes, slides etc;

• Revisão crítica do conteúdo, verificação do material;

• Reunião final;

• Ensaio de apresentação (definição de vocabulário empregado, uso das ilustrações, tempo necessário para exposição e debates).

APRESENTAÇÃO

• Apresentação para a classe;

• Comentador intervém com objeções, críticas e subsídios;

• Participação da classe no debate;

• O coordenador faz a síntese e encaminha para as conclusões finais

OBSERVAÇÃO

• Estabelecer relações entre os aspectos apresentados;

• Linguagem pessoal;

• Objetividade e concisão;

• Conteúdo apresentado em unidades, não se deter em pormenores;

• Transcrição de trechos somente quando necessário;

• Deve-se evitar a reprodução dedos títulos das obras consultadas;

• Conclusão: interpretação pessoal, linguagem objetiva e concisa;

• Participação do grupo e data de apresentação.


AVALIAÇÃO DO PROFESSOR

• Exatidão da matéria;

• Planejamento,

• Seleção da matéria;

• Qualidade da exposição (controle, voz e vocabulário, relacionamento com a classe);

• Seleção de material didático e recursos empregados.


SUJESTÕES

• Cartazes: poucos dizeres; escritos com letras de tamanho que facilite a leitura; desenhos devem ser simples, claros, obedecendo aos critérios de tamanho e inteligibilidade.

• Verificar a possibilidade de fixar na parede; providenciar o material necessário para esse fim; fixar antes do início do seminário.

Projetor Multimídia: solicitar anteriormente; verificar suas condições antes do início do seminário; salvar os arquivos em CD, pen drive, email para garantir o êxito do instrumento.

• Segue a mesma lógica dos cartazes.

• Informações dos textos devem ser concisas.

• Recomenda-se para o tamanho das letras o mínim0 de 18 (embora o ideal seja entre 20 e 26).

terça-feira, 22 de junho de 2010

O porquê do título Professor Gaivota!

Fernão Capelo Gaivota era diferente da maioria das gaivotas de seu bando, que só pensava em lutar por comida, junto aos barcos de pesca. Ele amava voar. Passava dias inteiros sozinho no mar, treinando voos rasantes em alta velocidade, para aflição de seus pais e desaprovação de todos. Em vão tentou fazer-lhes a vontade e agir como os outros. Seu único interesse era aprender mais e mais sobre a arte de voar.

Muitas vezes sem conta se desequilibrou, caindo violentamente na água.

Depois de uma queda que quase lhe custou a vida, ia desistir, mas, repentinamente, descobriu um modo de controlar sua velocidade. Levantou voo e sem pensar em morte ou fracasso, conseguiu atingir a marca estonteante de trezentos e vinte quilômetros por hora, inimaginável para qualquer outra gaivota viva. Sua alegria foi enorme. Radiante, pensou: As gaivotas podem ser livres, podem procurar seus peixes no mar, em vez de ficarem ao redor dos barcos de pesca guerreando por migalhas. Quando Fernão Gaivota voltou para seu bando exausto e feliz, depois de longas horas de treinamento, ansioso por lhes comunicar a grande descoberta encontrou as gaivotas reunidas em círculo, à sua espera. A gaivota mais velha chamou-o ao centro e para seu completo horror o acusou de irresponsável e subversivo. Lavrou a sentença: por violar as tradições e a dignidade de sua espécie, foi banido do grupo para sempre.

Exilado, passou a viver sozinho. Sua única tristeza era não poder compartilhar os conhecimentos que com intenso treinamento iam aumentando a cada dia.

Muitos anos depois, já bem velho, no meio de um voo, encontrou duas gaivotas, inacreditavelmente brancas e brilhantes que o conduziram através da neblina. Disseram-lhe: Está na hora de voltar para casa! E ele compreendeu que acabava de entrar em outra dimensão e em outra etapa de aprendizado.

Nesse lugar, havia um bando pequeno de gaivotas que voavam divinamente e cujo objetivo era encontrar novas técnicas melhorando sempre a qualidade de voo. Lá encontrou um velho mestre, Chiang de quem se tornou aluno especial por sua enorme persistência e capacidade de aprendizagem. Com Chiang aprendeu que poderia voar no passado e no futuro, mas que o mais difícil era desenvolver a bondade e o amor.

O destino de Fernão era ser instrutor e foi crescendo em seu coração o desejo de regressar e mostrar à nova geração que a vida era mais que tão somente uma luta por comida. Quem sabe não haveria algum exilado, desesperado à procura de um mestre? Assim pensando, com a facilidade que desenvolvera através da prática, voltou para o lugar onde vivia seu antigo bando.

Nesse momento, o jovem Francisco Gaivota, enfurecido voava em direção ás grandes colinas, banido para sempre. Vociferava insultos aos mais velhos quando subitamente ouviu em seu pensamento, “acalme-se e perdoe” – “ajude-os a compreender”! Tornou-se discípulo de Fernão Gaivota. Aos poucos, outros jovens banidos se juntaram a eles, determinados a voar. Um dia Fernão decidiu levá-los de volta e desafiar o bando. Através de acrobacias, demonstraram a todos a maravilha da liberdade. Mais e mais jovens foram se reunindo a eles e finalmente, apesar dos insultos da maioria, quem se decidisse a voar já não era mais expulso do convívio dos seus. Fernão, vendo concluída sua missão ali se retirou, deixando a Francisco a tarefa de continuar a ensinar.

A importância de voar é perceber que não somos apenas um amontoado de ossos e penas. Voamos e desejamos voar cada vez mais alto e melhor, porque somos uma ideia da Grande Gaivota, somos uma ideia de ilimitada liberdade e o paraíso consiste em atingir a perfeição.

Que nós professores possamos  nos inspirar em Fernão Capelo Gaivota.

Adriana Lucas.

sábado, 19 de junho de 2010

Entrevista com Maria Elizabeth Bianconcini - Fonte: Nova Escola Jun/jul-2010

Planejamento e Avaliação

AvaliaçãoEscolaCurrículo

Edição 233
Junho/Julho 2010
Título original: A tecnologia precisa estar na sala de aula



Pesquisadora da PUC-SP fala sobre a tecnologia na sala de aula

Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida alerta que o currículo escolar não pode continuar dissociado das novas possibilidades tecnológicas

Tecnologia a serviço da aprendizagem

Em um mundo cada vez mais globalizado, utilizar as novas tecnologias de forma integrada ao projeto pedagógico é uma maneira de se aproximar da geração que está nos bancos escolares. A opinião é de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, coordenadora e docente do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Defensora do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) em sala de aula, Beth Almeida faz uma ressalva: a tecnologia não é um enfeite e o professor precisa compreender em quais situações ela efetivamente ajuda no aprendizado dos alunos. "Sempre pergunto aos que usam a tecnologia em alguma atividade: qual foi a contribuição? O que não poderia ser feito sem a tecnologia? Se ele não consegue identificar claramente, significa que não houve um ganho efetivo", explica.

Nesta entrevista para NOVA ESCOLA, a especialista no uso de novas tecnologias em Educação, formação docente e gestão falou sobre os problemas na formação inicial e continuada dos professores para o uso de TICs e de como integrá-las ao cotidiano escolar.

O que é o webcurrículo?

MARIA ELIZABETH BIANCONCINI DE ALMEIDA É o currículo que se desenvolve por meio das tecnologias digitais de informação e comunicação, especialmente mediado pela internet. Uma forma de trabalhá-lo é informatizar o ensino ao colocar o material didático na rede. Mas o webcurrículo vai além disso: ele implica a incorporação das principais características desse meio digital no desenvolvimento do currículo. Isto é, implica apropriar-se dessas tecnologias em prol da interação, do trabalho colaborativo e do protagonismo entre todas as pessoas para o desenvolvimento do currículo. É uma integração entre o que está no documento prescrito e previsto com uma intencionalidade de propiciar o aprendizado de conhecimentos científicos com base naquilo que o estudante já traz de sua experiência. O webcurrículo está a favor do projeto pedagógico. Não se trata mais do uso eventual da tecnologia, mas de uma forma integrada com as atividades em sala de aula.

O uso das TICs facilita o interesse dos alunos pelos conteúdos?

MARIA ELIZABETH Sim, pois estamos falando de diferentes tecnologias digitais, portanto de novas linguagens, que fazem parte do cotidiano dos alunos e das escolas. Esses estudantes já chegam com o pensamento estruturado pela forma de representação propiciada pelas novas tecnologias. Portanto, utilizá-las é se aproximar das gerações que hoje estão nos bancos das escolas.

Como integrar efetivamente essas tecnologias ao currículo escolar e ao projeto pedagógico?

MARIA ELIZABETH A primeira coisa é ter a tecnologia disponível. É por isso que não se observam resultados tão favoráveis quando há apenas um laboratório para toda a escola. A tecnologia tem de estar na sala de aula, à mão no momento da necessidade. Pode ser um pequeno laboratório na sala ou um computador por aluno. Não estou falando exclusivamente de computador, mas de diversas tecnologias digitais.

A ideia do computador como o único acesso às TICs é ultrapassada?

MARIA ELIZABETH Sem dúvida! Não que o laboratório não deva existir. Ele precisa estar na escola, mas passa a ser ressignificado. O laboratório é para uma atividade mais sofisticada, que exige recursos de uma reconfiguração, digamos, mais pesada e atualizada. Essa tecnologia precisa estar à mão para a produção de conhecimento dos alunos à medida que surja a necessidade.

Isso pressupõe um alto investimento, incompatível com a infraestrutura de muitas escolas.

MARIA ELIZABETH O porcentual de alunos em escolas muito precárias é pequeno. Em termos de política pública, não há solução única. É preciso buscar ações diferenciadas. Há que superar esses desafios quase simultaneamente e trabalhar em duas frentes: recuperar atrasos, alguns bem antigos, e inserir essa nova geração na sociedade digital.

Os telefones celulares já são amplamente acessíveis e oferecem muitas possibilidades didáticas - o trabalho com fotos, filmagens, mensagens e mesmo com a internet -, mas a maioria das escolas prefere proibi-los. Não é uma atitude retrógrada?

MARIA ELIZABETH Vetar o uso não adianta nada porque o aluno vai levar e utilizar ali, embaixo da carteira. É preciso criar estratégias para que os celulares sejam incorporados, pois oferecem vários recursos e não custam nada à escola. A proibição só incentiva o uso escondido e a desatenção na dinâmica da aula. Geralmente os estudantes, inclusive de escolas públicas, têm celular e o levam a todos os lugares. Ele é o instrumento mais usado pela população brasileira. Basta olhar as estatísticas. O que o webcurrículo prevê é o uso integrado da tecnologia. Os alunos, com seu celular, podem fazer o registro daquilo que encontram numa pesquisa de campo. Podem trabalhar textos e fotos e preparar pequenos documentários em vídeo. Isso precisa estar integrado ao conteúdo.

E como enfrentar as questões éticas e desenvolver uma postura crítica em relação a essas mídias?

MARIA ELIZABETH Da mesma forma que nos preocupamos com essas questões em todos os campos. A tecnologia não é uma exceção, até porque ela potencializa o trabalho com diversas mídias, com imagens e textos. Ela facilita a cópia, o plágio. Mas não que isso não existisse antes. O bom é que, assim como simplifica a fraude, também facilita a detecção. E o que nos cabe como educadores? Cabe ajudar o aluno a entender o que é ético para que ele possa se pautar por uma conduta adequada aos dias de hoje, mas baseado em princípios que sempre existiram. A única novidade é o meio.

Temos bons exemplos de currículos que já incorporaram a tecnologia?

MARIA ELIZABETH Já temos várias iniciativas importantes no país, mas é preciso ter em mente que os resultados, em Educação, não vêm em um curto prazo. Os currículos estão se alterando hoje e a diferença será sentida daqui a algum tempo. Mas a hora da mudança é agora.

As pesquisas conseguem demonstrar o impacto do uso das tecnologias no aprendizado dos alunos?

MARIA ELIZABETH É preciso trabalhar com a perspectiva de análise macro, pois ela é importantíssima para ter a ideia do que acontece no todo. Entretanto, é necessário fazer estudos de casos específicos porque assim é possível identificar as inovações, aquilo que aparece de mudança, o que há de diferente. Para detectar os fatores que levaram à aprendizagem, é preciso acompanhar o aluno por algum tempo. Às vezes, ele demonstra um rendimento muito bom, mas isso é anterior e não necessariamente está relacionado ao uso das TICs. É difícil pegar essas situações. Os exames nacionais e internacionais não são feitos para identificar esses aprendizados. Nós vivemos uma situação paradoxal. Os sistemas de ensino estão preocupados em desenvolver os alunos para que eles tenham autonomia para atuar em uma sociedade em constante mudança. Mas o ritmo das escolas é o oposto disso.

O que é preciso para que a tecnologia seja integrada ao currículo?

MARIA ELIZABETH O currículo da sala de aula não é apenas o prescrito. Ele se desenvolve do que emerge das experiências de alunos e professores, do diálogo entre eles. Nesse sentido, o uso das TICs pode auxiliar muito porque, quando é desenvolvido um currículo mediatizado, é feito o registro dos processos e com essa base é possível identificar qual foi o avanço do aluno, quais as suas dificuldades e como intervir para ajudá-lo. Isso é pouco aproveitado ainda.

Uma recente pesquisa da Fundação Victor Civita (FVC) mostrou que 72% dos entrevistados não se sentem seguros em utilizar computadores na escola. A graduação não forma o professor para lidar com a tecnologia?

MARIA ELIZABETH Não, a formação inicial não está dando conta disso. Temos vários estudos em que o professor reconhece que a tecnologia é importante e ele quer utilizá-la. Mas não é apenas porque tem pouco domínio que não a emprega. Para integrar as tecnologias, é preciso deter tanto o domínio instrumental como o conteúdo que deve ser trabalhado, as próprias concepções de currículo e as estratégias de aprendizagem. Tudo isso precisa ser integrado numa formação que alguns especialistas já chamam de "nova pedagogia".

Isso explica por que a pesquisa da FVC mostrou que 18% das escolas que têm laboratório de informática não usam o recurso com os alunos?

MARIA ELIZABETH Provavelmente isso ocorre porque um único laboratório é muito pouco para dar conta da quantidade de alunos. Isso desestimula os professores, que, no máximo, conseguem levar a turma duas vezes por semana. Aí não se cria uma cultura de mudança e de integração da tecnologia com o currículo por total falta de tempo.

Há algum trabalho de formação para as TICs sendo feito hoje no país?

MARIA ELIZABETH Tem havido muitos programas públicos de formação continuada, entretanto há uma rotatividade enorme dos professores e isso se perde. Precisamos investir na ampliação do acesso às tecnologias e, principalmente, nessa formação.

O que devem contemplar os cursos de formação de professores? Especialistas dizem que eles devem tratar de atividades ligadas aos conteúdos...

MARIA ELIZABETH Não se pode separar forma de conteúdo. É preciso integrar o conteúdo à tecnologia, às estratégias de aprendizagem e às de ensino. Tudo isso precisa ser relacionado e analisado pelo professor. Mas é preciso cuidar da gestão desses programas de formação e principalmente da mediação pedagógica que ocorre nessa formação. Tanto as universidades públicas como as privadas precisam trabalhar com a realidade da sala de aula e estar comprometidas com a reflexão sobre a prática.

É possível para a escola acompanhar o ritmo de avanço das tecnologias?

MARIA ELIZABETH Não é necessário que isso ocorra. O importante é que o professor tenha oportunidade de reconhecer as potencialidades pedagógicas das TICs e aí assim incorporá-las à sua prática. Nem todas as tecnologias que surgirem terão potencial. Outras inicialmente podem não ter, mas depois o quadro muda. Primeiro, é preciso utilizar para si próprio para depois pensar sobre a prática pedagógica e as contribuições que as TICs podem trazer aos processos de aprendizagem. Daí a importância dos programas de formação.

O ensino a distância é uma tendência ou apenas uma alternativa?

MARIA ELIZABETH A Educação a distância não significa outra Educação. Educação a distância é Educação mediatizada por tecnologia. Quanto será presencial ou a distância, são as situações que vão dizer. Essa oposição entre uma e outra vai se perder. É possível ter Educação de qualidade a distância e sem qualidade na forma presencial, ou vice-versa. Não é a modalidade que garante a qualidade.

A ideia de um professor diante de um quadro falando para 30 alunos sentados, ouvindo e anotando em seu caderno tem futuro?

MARIA ELIZABETH É uma coisa relativizada e não será abandonada. O professor detém um conhecimento científico maior e é absolutamente normal que ele exponha uma aula. Só que isso não pode ser um monólogo nem imperar o tempo inteiro. É fundamental que diferentes dinâmicas ocorram em sala de acordo com o projeto pedagógico.


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Resumo da aula (20.05.2010)

Disciplina: Estratégias de Aquisição de habilidades e atitudes



Orientadora: Solange Cerqueira


Data: 20.05.2010


Tema: Dinâmica da atividade



O Caminho da loucura

“porque acreditam que irão mudar de vida

“Sem mudar”

O Universo não é estúpido!



Dinâmica da atividade

• Responsabilidade

• Planejamento

• Discussão

• Exposição de idéias e opiniões

• Questionamento

• Argumentação

Foi exibido o filme: Phillips 66

Método do Fracionamento

1. Coordenador

2. Secretário/relator

Obs.: O grupo que escolhe.

Coordenador: controla, motiva, direciona.

Relator/secretário: anota tudo e relata o que anotou.

Grupo do cochicho

Variante do Phillips 66

Realizado em duplas por 2min onde os alunos cochicham o assunto direcionado pelo professor.



Tempestade Cerebral

Estimular novas idéias.

Exemplos:

O Espírito é como um pára-quedas, só tem utilidade se aberto.

A vida é como um liquidificador, ______________________.

O amor assemelha-se a um disco voador, ______________.



GV GO – Técnica de discussão em pequenos grupos.

GV – grupos verbalizador

GO – grupo observador